terça-feira, 13 de outubro de 2015

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Trilha do Pitoco



Um dos grandes atrativos da minha terra é a famosa trilha do pitoco onde é possível ter acesso a 5 lindas cachoeiras.

A Trilha do Pitoco está localizada no Interior de Chapecó no Oeste de Santa Cataria, quase na divisa com Rio Grande do Sul ás margens do rio Uruguai. A Trilha possui esse nome em homenagem ao cachorrinho Pitoco, um cão guia da trilha e o primeiro a explorar o local a partir de 1997 quando a trilha começou a receber visitantes.

A Trilha está localizada na propriedade da família Figueira e todos visitantes são muito bem recebidos por eles.



A Trilha é bem tranquila porem a maioria dos turistas fazem apenas a metade pois as duas primeiras cachoeiras são perfeitas para banho. O total de 5km ida e volta e pode ser feito em cerca de 3horas. A Caminhada as vezes é pela mata, as vezes pelo rio mas sempre muito bem sinalizado. O que torna a caminhada agradável é a quantidade de cachoeiras.





A trilha

O local possui espaço para deixar seu carro com segurança, fica bem na casa dos moradores e é pago uma taxa de R$ 10,00 por pessoa para ajudar a manter o local.


A trilha é muito bem conservada e por isso apenas no inicio da trilha existe um pouco de estrutura para camping e acesso a churrasqueiras.

Em pouco tempo de caminhada já se tem acesso a primeira cachoeira que se chama de Nova Vida. Seu acesso é bem fácil pois não tem subidas e obstáculos.



O trajeto até a segunda cachoeira é mais longo de todas e já é possivel pereber que o nível de dificuldade aumenta. Já existe mais mato e alguns obstáculos que aparecem pelo caminho como pontes e escadas improvisadas. Existe também passagem entre pedras através de cordas de aço. Um pouco de cuidado é necessário.

A Segunda cachoeira se chama Corrente Branca.



A partir de agora o caminho entre as cachoeiras é bem menor porém as dificuldades aumentam. É necessário subir pela lateral da queda com o auxilio de cabos de aço

A Terceira cachoeira é a vestido de noiva e é muito linda.





O Caminho para a Quarta e Quinta Cachoeira também possuim uma dificuldade média e é necessário utilizar cabos de aço de apoio para a subida.

A Quarta cachoeira é quase junta com a quinta e se chama de a pequeninha.

Logo acima já estará a ultima cachoeira e maior com cerca de 45 metros de altura.





Como Chegar

A Trilha do Pitoco esta localizada na Linha Alto Capinzal no Goio-ên, à 28 km do centro de Chapecó em direção ao Rio Grande do Sul pela SC-480. O acesso a trilha se dá pela Rota Vale do Uruguai, em torno de 8 km de estrada de chão, em boas condições e com um visual deslumbrante.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Patagônia - El Chalten Part 2


Depois de alguns dias de trilha e tempo fechado, ficamos um dia em el chalten sem fazer quase nada além de descansar, comer e conversar. A Internet de el chalten é péssima e ficamos quase uma semana sem comunicação. Nesse dia no final da tarde conheci duas meninas da argentina que tinham ido fazer a trilha nesse dia para laguna de los 3 e me contarão que na volta pegarão uma tempestade de neve e quase se perderam. Elas me contarão que pegarão neve até no joelho. Fiquei meio desconfiado pois achei meio exagerado.
No outro dia acordei bem cedo e quando sai pra fora do hostel levei um susto, quando olhei para trás do hostel parecia que eu estava em outra cidade, era possível ver todas as montanhas e o fitz roy estava lá lindo e maravilhoso. Na hora eu leo e Gustavo resolvemos sair para fazer a trilha até a laguna capri e saímos com uma pequena mochila agua e barras de cereal e um sanduiche. Agora nós iriamos fazer a trilha que fizemos em baixo do temporal onde apenas baixamos a cabeça e caminhamos, então era praticamente uma trilha nova.
No inicio da trilha ela é só de subida e logo você já para em um mirador que é possível ver toda a cidade de el chalten. Paramos um pouco e fizemos algumas fotos. Alias nesse dia eu tiraria o dia para fazer minhas fotos.

A Trilha desse dia já de inicio foi perfeita, lugares que antes não tinham graça alguma agora se revelavam com uma beleza incrível. Já de El chalten era possível ver que as montanhas estavam cobertas de neve relevando uma paisagem única e privilegiada

Logo de inicio já notamos que a temperatura tinha caído muito, no nosso marcador fazia 5 graus as 8:30am. E pouco tempo depois que iniciamos já foi possível notar que alguns pontos da trilha já tinha neve o que nos deixou bastante feliz.
Nosso objetivo era ir até a laguna capri que fica bem perto cerca de 1:30 de caminhada. De lá seria possível ver o fitz roy.

Estávamos muitos ansiosos para chegar a laguna pois o tempo estava perfeito e como estava friozinho estava ótimo para caminhar. Nesse dia não tinha quase nada de vento o que era raridade na patagônia.
De longe já pude avistar o fitz roy e apurei o passo pra chegar logo no primeiro local onde se poderia ver o primeiro mirante. Quando chegamos lá botamos um sorriso gigante no rosto e comemoramos. O Fitz roy é lindo mesmo de longe ele era imponente e para ficar ainda mais lindo estava coberto de neve. Paramos nesse local e fizemos algumas fotos antes de avançar para a laguna capri.

A Laguna estava bem pertinho desse mirante e logo chegamos nela. Cada passo era uma imagem mais linda que a outra, eu parecia uma criança em um parque de diversões, não sabia para onde olhar primeiro o que fazer primeiro. Qualquer pessoa com uma câmera na mão ficaria doida para sair fotografando.
A Laguna estava linda pois além do tempo limpo todas as montanhas ao seu redor estavam cobertas por neve o que criava um constate perfeito.

Nossa meta era chegar apenas até a laguna mas obviamente iriamos continuar. Estávamos com energia de sobra e dopados de motivação para chegar até a laguna de los 3 e ter a oportunidade de ficar pertinho do fitz roy com o tempo perfeito. A triha é longa seria 8h ida e volta.
Ficamos pela laguna capri tirando algumas fotos e caminhamos até onde seria nosso acampamento que tivemos que abortar devido a chuva. O Local é bem legal e é bem protegido pelas arvores

Iniciamos nosso deslocamento até o acampamento poincenot. Esse trajeto da Laguna Capri até o Poincenot foi a trilha mais linda que já fiz. Conforme fomos avançando a quantidade de neve ia aumentando e o contraste verde com as montanhas coberto de gelo era incrível. O Frio também começou aumentar e o Gustavo tinha saído apenas com a jaqueta impermeavel e uma camisa manga curta por baixo e já começava a sentir frio. Quando estávamos caminhando era tranquilo mas era só parar que o bicho pegava.


Eu estava muito empolgado e caminhava olhando para todos os lados tentando fotografar tudo e ao mesmo tento admirar e agradecer a Deus pela oportunidade. Logo chegamos ao acampamento e encontramos uma colega Francesa que conhecemos no Hostel. Nossa amiga estava com seu tornozelo machucado e teve que desistir de uma escalada que iria fazer pela região e para não ficar de bobeira resolveu fazer a trilha. Ela muito querida emprestou uma blusa que estava sobrando para meu irmão que nesse momento estava tremendo de frio.

Nesse ponto nós precisaríamos decidir se iriamos subir até a laguna de los 3 ou voltar. A Subida era de 1h porem a montanha estava completamente cheia de gelo e não saberíamos como seria subir. Mesmo assim com toda a dificuldade e frio resolvemos subir. Eu e Gustavo fomos na frente e o Leo ficou acompanhando a Francesa pois ela estava mais lenta


A Subida foi algo surreal, pois não sentimos o cansaço e a cada momento ela ficava mais linda e divertida. Muitas pessoas subiam a montanha sem preparo algum com tênis de usar em shopping e sem roupa adequada. Da para imaginar o show de tombos.
Conforme íamos subindo a paisagem abaixo de nós ficava perfeita e a quantidade de neve ia aumentando muito.


O Engraçado que estávamos subindo essa montanha pela segunda vez. Na primeira vez relatado no outro Post foi um inferno pois o vento era absurdo e também não tinha neve. Nessa segunda vez parecia que estávamos fazendo outra trilha pois estava totalmente diferente. Subimos em 1h conforme o programado.
Quando chegamos ao topo e tivemos a vista do fitz roy e a laguna eu fiquei em choque, congelado de emoção...e agradecendo a Deus por ter deixado a montanha mais linda do que eu esperava ver. Fui para lá achando que veria o fitz roy mas não com ele coberto de neve em um dia perfeito. 


Depois de bater milhares de fotos fomos até a laguna para ver tudo mais de pertinho. Por conta da neve não existia mais a trilha principal então achamos um local onde achamos que seria e iniciamos a descida.
Quando chegamos na lagoa vi algo que julguei ser impossível. Um cidadão tomando banho na lagoa. A Lagoa deveria estar com uns 2graus e o cara lá bem faceiro provavelmente pagando alguma promessa.

Passamos bastante tempo na lagoa e tiramos muitas fotos. Seria difícil nào fazer uma foto boa nesse ambiente pois tudo ajudava.
Depois de algum tempo o Leo e a Francesa chegaram e ficamos um pouco com eles. Leo estava muito feliz como sempre, ele era uma pessoa sempre apontando para algum canto e contando histórias sobre o lugar todo empolgado. Sua frase típica era...CARACAAA olha aquilo..
Nossa descida foi mais legal ainda. Estava megaaa escorregadio e para varias meu irmão começou a tentar fazer sky bunda por um tempo e não deu certo pois ele ralou toda a bunda hehhee e depois tentou ir deslizando com o pé até cair alguns tombos. Além dos perigos de cair a todo instante e bater contra uma pedra era preciso se cuidar das guerras de gelo que eu e meu irmão travávamos em alguns momentos, geralmente quando um não estava olhando.

Quando chegamos novamente ao Poincenot a neve já tinha derretido na parte mais baixa deixando o cenário ainda mais bonito. Era impressionante como as mesmas paisagens conseguiam ficar cada vez mais linda.

Nossa volta foi uma mistura de felicidade, agradecimento e tristeza. A todo momento parávamos e sentávamos para admirar aquele cenário que parecia uma pintura. Agradecíamos a Deus e uns aos outros pela ótima cia e por tudo ter dado certo e ficamos tristes pois precisávamos deixar aquele lugar.




A Trilha que fizemos nesse dia é a mais popular na cidade podendo ser feita por qualquer pessoa que tenha um condicionamento físico médio, que as vezes saia caminhar ou correr. Ela possui um grau de dificuldade médio e tem um tempo estimado de 8h ida e volta sendo que o trecho de subida é bem pesado levando cerca de 1h pra subir. Para descer é cerca de 30mim e força muito o joelho.
É isso pessoal , essa foi minha aventura na cidade de El Chalten que espero um dia voltar lá e reviver todas essas emoções.



sexta-feira, 24 de abril de 2015

Patagônia - El Chalten Part 1

Neste post vou comentar sobre uma cidade que tive a oportunidade de visitar em Março de 2015 e que nunca mais irá sair das minhas melhores lembranças.
A Cidade a qual falo é El chalten localizada na Patagônia Argentina.

O que me levou até essa cidade,  foram suas trilhas e paisagens. Para mim que sou um amante de montanhas, trilhas e acampamentos el chalten sempre foi um sonho de consumo. Além das trilhas El chalten possui um dos picos mais difíceis do mundo para se escalar que é o fitzroy e Cerro torre. A dificuldade existe  porque suas faces são verticais e cobertas de gelo, os ventos são fortíssimos, e as condições climáticas são totalmente imprevisíveis, suas crostas de gelo  se soltam facilmente. O Alpinista precisa  ser classe A para encará-los. Mas obviamente isso não era para mim desta vez.

El chalten é um povoado muito jovem, fundada em 1985. Hoje e a capital do trekking da Patagônia argentina. Sua população é muito pequena com cerca de 1.000 habitantes e recebe por ano mais de 80.000 turistas quase todos estrangeiros. No inverno a população reduz,  e os turistas desaparecem com suas trilhas fechadas.


El chalten é uma cidade de arrepios, suor e esforços. Tudo lá é baseado em trilhas, a trilha principal é a que chega até o Fitz Roy  (citado anteriormente) que é um maciço de granito de 3.375 m que os tehuelches chamavam Chaltén (em língua ahonikenk significa “montanha que joga fumaça”) e que deu origem ao nome do povoado.  A montanha pode ser vista do povoado, mas você pode vê-lo de perto fazendo a trilha, vou falar sobre ela em meu post abaixo.

Fui levado até essa cidade pelas suas trilhas porem vi que o povoado tinha muito mais coisas que me fizeram ficar ainda mais apaixonado.

·         O Povoado possui um charme nas suas construções. Tudo e muito lindo desde hostel, restaurantes, colégios, ginásios, ruas e calçadas.
·         Tudo é muito limpo.
·         O Pessoal que trabalha na cidade possui uma simpatia fantástica. Fui bem atendido em todos os lugares que fui desde restaurantes, terminais, livrarias, hostel ou simples pedido de informação na rua.
·         Existem muitos cachorros lindos soltos pela cidade mas todos muito bem cuidado e todos amáveis.
·         La se você deixar  seu celular cair  no chão e ele acidentalmente tirar uma foto, a foto ira ficar linda, tudo lá e fantástico.
·         A chance de você ser roubado nos hostel da cidade é minúscula.


Bom agora que passei algumas informações da cidade vou contar como foi minha grande Aventura nessa linda cidade.


Início de nossa aventura


Fiz essa viagem acompanhado do meu irmão Gustavo, e um amigo que conheci eventualmente pela internet, por termos as mesmas afinidades por montanhas e trilhas seu nome é Leonardo, de Brasília alguém com vasta experiência em várias montanhas do mundo, ele se tornou nosso Pai na Patagônia. Para meu irmão Gustavo foi a  primeira vez como mochileiro e a primeira vez em trilhas com mais de 1hora de duração, então já dá para imaginar o sufoco do garoto.

Partimos de El calafate em direção a El Chalten uma viagem de aproximadamente 3h. Os ônibus que fazem esse trajeto são ótimos e custa cerca de 250 pesos apenas ida. Quando chegamos na cidade o clima estava horrível, com muita neblina e uma chuva fininha. Por lá existe uma parada obrigatória no centro de turismo da cidade, onde você irá receber informações de segurança, como se comportar no parque e um mapa das trilhas. La existe uma maquete das trilhas bem legal e você já pode ter base de todas as trilhas disponíveis na região.

Chegamos por 11:00 e saímos andando a procura do nosso hostel  debaixo de chuva  com todas as mochilas penduradas, só eu tinha três. Depois de achar o hostel, deixamos  nossas coisas e  saímos novamente  a procura de um local para alugar equipamentos pois o Gustavo não tinha barraca e saco de dormir. Achamos 3 locais que alugavam equipamentos e não era  barato, meu irmão alugou uma barraca para duas pessoas por 200 pesos por dia mais um saco de dormir por 40 pesos por dia e um isolante por 20 pesos por dia. Depois disso fomos comprar comida para os 3 dias de trilha.

Nesse dia já aproveitamos para fazer uma trilha curta de 1h até a cachoeirra chorrillo del salto. Na ida já pegamos um vento absurdo que quase não nos deixava caminhar, mas acreditamos que era o vento de boas vindas da Patagônia. As vezes era preciso se inclinar para frente para não ser derrubado pelo vento.

A Cachoeira é bem bacana, encantadora como as que temos no Brasil, a caminhada vale a pena e também ela não fica longe. Quando voltamos ao hostel começamos a nos preparar para a trilha maior no outro dia.

Primeiro dia de Trilha – El chalten até De Agostini e Laguna Torre
Não tinha conseguido dormir pois além de estar ansioso, choveu muito, mas muito mesmo. Fiquei preocupado se teria como iniciar a trilha sobre aquela chuva. A Trilha desse dia tinha como objetivo chegar até o acampamento Agostini armar barraca e depois subir até a laguna torre. Isso daria 14km e cerca de 4h de caminhada

Iniciamos a trilha às 8:00 sobre uma chuva bem fina. No início da trilha já tem algumas subidas,  mas depois a trilha se torna mais tranquila,  muito bem  sinalizada e a todo momento linda. Depois de 1h de caminhada já podemos ver o cerro torre. A cada paisagem era possível notar nossos rostos impressionados com tal beleza. A beleza era tanta que não sentíamos o cansaço, peso da mochila ou a chuva.

Outro ponto mágico da trilha era os pontos de agua que são muitos, pois com o derretimento da neve nas montanhas e geleiras cria-se riachos,  e você terá o privilégio de beber a agua mais pura e gelada.


Depois de 4horas de caminhada chegamos ao acampamento Agostini. Foi nessa hora que meu irmão falou que nunca tinha arrumado uma barraca na vida e lá fomos nos ajudar ele. Depois de arrumar as barracas ficamos cerca de 1hora deitados descansando para depois iniciar os preparativos para nosso almoço e depois subir até a laguna torre.
Na hora de fazer a comida vimos que seria impossível utilizar o fogareiro ao ar livre pois o vento era muito forte. Entramos na barraca do meu irmão e fizemos a comida lá dentro mesmo.


Depois de descansados e alimentados subimos até a laguna torre que fica muito próximo ao acampamento cerca de 5min.Ficamos no ponto tradicional onde você tem uma visão de frente da lagoa e aos fundos o glaciar. Depois seguimos até o mirador maestri que leva cerca de 1h ida e uns 30min de volta e lá se pode ficar bem mais perto da geleira. Por 17:00 voltamos ao acampamento. Ficamos um pouco frustrado pois o tempo estava fechado e não era possível ver as torres por completo.


Mirador Maestri. Esse e o ponto mais próximo que se está autorizado a chegar.

Um fato marcante nesse dia pois foi a noite que mais passei frio na minha vida. E olha que levei equipamentos bons porem pequei no saco de dormir. Meu saco de dormir era de  até -3 e o que meu irmão alugou era -10. Durante a noite era impossível dormir e coloquei todas as roupas que tinha, e ainda precisei me movimentar para não congelar. Não sei qual foi a temperatura dessa madrugada mas até meu irmão passou frio, com um saco de dormir muito melhor. De uma coisa eu sei; nunca irei esquecer do frio que passei essa noite.

Segundo dia de trilha – Agostini – Poincenot – Laguna de los 3

Acho que em toda noite consegui dormir 2horas somando as cochilada. Fizemos nosso café dentro das barracas e iniciamos nosso deslocamento ate poincenot que seria nosso acampamento.

Não me recordo exatamente quantos KM deu mas acho que fica em torno de 10km a 14km. Para se chegar ao poincenot temos que voltar cerca de 1:30 a trilha que viemos e ai pegar uma bifurcação em direção ao poincenot. No caminho tivemos o privilégio de ver um arco íris lindo. 

Depois que pegamos a bifurcação pegamos uma subida terrível cerca de 1hora. Depois de subir, subir e subir chegamos em um local onde duas lagoas se encontravam e o vento continuava terrível.


O Caminho desse dia também foi de tirar o fôlego mesmo com o tempo meio fechado. O Destaque desse Segundo dia são os lagos ao longo da trilha.

Quando chegamos ao acampamento tivemos uma nova descoberta. O Vento que pegamos até então não era o vento mais forte da patagônia e sim o vento desse dia. O vento estava mais forte ainda. O Barulho que o vento fazia era igual a uma turbina de avião só que ao seu lado. Algo absurdo.
Nesse dia resolvi que iria dormir com meu irmão pois não iria querer passar mais frio novamente, e dois corpos na mesma barraca geraria mais calor. Tivemos que colocar muitas pedras na barraca por conta do vento, a minha barraca ficou então apenas como cozinha. Uma coisa legal dessas trilhas é que água pura não falta.


E não há dinheiro no mundo que pague a sensação de beber essa água vinda direto
Da mãe natureza

Depois de armar barracas e comer seguimos para mais uma etapa de trilha nesse dia queríamos  subir até a laguna de los 3, onde já se pode ver o fitz roy , porém a subida era bem difícil cerca de 1h 1000metros de subida. Aliás quase sempre se fala em quantidade de tempo e não km.


A Subida é sem a cargueira mas mesmo assim é bem pesada e o vento estava muito forte chegando a certos momentos a ser perigoso.

Depois de muito sofrimento chegamos a laguna e o vento  absurdo que chega ser difícil descrever pois é algo que você só sente na Patagônia.
Descemos até a laguna e em um momento o vento foi tão forte que derrubou o Gustavo, ele começou a rolar com a força do vento tive que me jogar em cima dele para ajudar. Nesse dia o fitz roy estava fechado e não se podia ver nada o que é normal na Patagônia. Essa é outra lição, nunca vá com tempo apertado para el chalten pois o risco de você sair de lá sem ver as torres é alto.  Sai de lá  frustrado pois não tinha conseguido fazer minha foto do fitz roy que era meu objetivo de viagem, mas sabia que teria dias de sobra para voltar quando o tempo estivesse melhor.



Voltamos para nosso acampamento iniciar os preparativos para nossa janta. Novamente fizemos nossa janta na barraca e claro tomando todo o cuidado para evitar acidentes. Nessa noite consegui dormir melhor pois fez menos frio.

Terceiro dia – Poincenot – Piedras Blancas – Laguna Capri

O Objetivo deste dia seria ir fazer uma trilha curta até piedras blancas e depois ir até o acampamento na laguna capri. O Dia tinha amanhecido melhor do que no dia anterior e até fiquei sentado esperando o Fitzroy das as caras por completo mas não tive sorte novamente.

Fizemos nosso café e iniciamos a trilha até piedras blancas. Nos dias anteriores eu tinha usado apenas a calça da segunda pela pois apesar do frio era melhor caminhar assim pois acabava aquecendo e ficando melhor para caminhar.
Iniciamos a trilha e depois de 40min caminhando chegamos ao mirador das piedras blancas, muito bonito por sinal mas não tinha lógica, estávamos longe dele, e devíamos estar mais perto. Neste momento passou algumas pessoas e pedimos informações então ai fomos ver que pegamos a trilha errada,  a trilha certa  seria do outro lado, costeando o rio. Voltamos mais 40 min até pegar o caminho certo.

Iniciamos a trilha pelo caminho certo e essa trilha não é muito comum e não está com boas marcações, as vezes ficavamos na dúvida se era aquele mesmo o caminho. Depois de uns 30min caminhando o tempo mudou, o que é comum por lá e veio uma chuva muito forte com muito vento e muito frio e eu estava  apenas com a segunda pele. Um erro enorme pois na Patagônia sempre se deve sair prevenido. Mas não tinha muito o que fazer andamos mais 30 minutos até chegar ao local. Chegamos nas piedras e para variar erramos a entrada,  e para se aproximar da lagoa estava muito difícil com o frio chuva e vento resolvemos voltar. A volta foi mais rápida mas também mais difícil,  pois neste ponto todo nós estávamos totalmente molhados. Chegamos no acampamento tremendo de frio e desmontamos tudo na corrida e iniciamos nossa ida até o próximo acampamento.
Logo de início vimos que não teria nenhuma condição de acampar novamente pois tudo estava molhando, roupas, botas, meias,  mochila, barraca.. Mesmo tudo sendo impermeável, a chuva e vento eram fortíssimos e nada iria resistir a isso. Tomamos a decisão de voltar a cidade o que levaria mais umas 4h.
Entramos em um ritmo de sobrevivência, eu só lembro de baixar a cabeça e caminhar; não sentia o peso da mochila ou o cansaço em meus pés,  só pensava em chegar logo e tomar um banho quente e comer um bife enorme. Não paramos em nenhum momento para descansar e o que era para se fazer em 4 horas fizemos em 2:30. Quando chegamos no hostel até a recepcionista ficou com pena  do nosso estado, estávamos  totalmente molhados, cansados um estado deprimente.


Essa noite foi uma das mais gratas de  nossas vidas pois conseguimos tomar um banho quente, secar nossas roupas, comer um ótimo bife e tomar um ótimo vinho. 

Mas mesmo esses dias terem sidos maravilhosos eu ainda estava frustrado pois o fitz roy  não tinha aparecido para mim. Mas eu tinha ainda 5 dias nessa cidade e iria esperar o dia certo para voltar até a laguna de los 3.

E ele resolveu aparecer só pra mim, me mostrando o verdadeiro significado de grandiosidade e beleza, esse dia lindo me marcou e marcou também a trilha mais linda que fiz em minha vida, vou relatar esse dia em meu próximo post.














domingo, 28 de setembro de 2014

Expedição Deuter - Petrópolis-Teresópolis


Segue o relato em video sobre a travessia.

Antes de relatar a travessia Petrópolis-Teresópolis. A Petrô-Terê, como ela é chamada normalmente vou explicar como tudo isso começou.
A Alguns meses atrás fiz o Pico Paraná com alguns colegas pois eu estou me preparando para fazer um mochilão para patagônia e isso serviria como preparo. Quando fiz o pico Paraná vi que eu estava bem ruim de equipamento principalmente Mochila e Bota. Depois de sofrer na pele com equipamento ruim, sai pela internet procurando qual seria o melhor equipamento para cada segmento. Quando cheguei na parte de mochila vi que a Deuter era disparada a melhor cargueira. Como eu não conhecia a marca sai pesquisando valores, descrição etc. Levei um susto quando vi que uma mochila top custava cerca de R$ 1200,00 “Depois vi que isso se paga”. Um certo dia entrei no site da deuter e vi que tinha uma promoção para uma expedição Petrópolis-Teresópolis onde fiz na hora a inscrição pois além da viagem eu poderia ter desconto para comprar minha sonhada mochila Deuter. Fiz a inscrição mas já sabendo que não ganharia pois até então nunca tinha ganhado nada. Certo dia recebi um e-mail informando que eu era um dos ganhadores da expedição. Depois de ler 10x o e-mail e acessar o facebook pude confirmar que isso não era um sonho e sim demorou mas ganhei o que mais gostaria, uma expedição com a Deuter.


No outro dia já comecei a botar meu preparo físico em dia pois essa travessia seria bem mais longa que o pico Paraná.
O pessoal da Deuter fez uma organização impecável e a todo momento era informado do que era preciso levar, como seria o roteiro e respondendo todas minhas dúvidas. A Travessia seria Sexta, Sábado e Domingo. O Ponto de encontro foi sexta as 8:00 no aeroporto Santos Dumont.

Por internet já pude conhecer quase todos os colegas de travessia e minha percepção se confirmou, a galera era SHOW, logo de cara já fizemos amizade e parecia que a galera já se conhecia a muito tempo. Todos do grupo já tinham experiência em trilhas, alguns eram mais acostumados com trilhas longas e outra galera “eu estava junto” com trilhas mais curtas.

Além dos participantes tivemos a companhia do Fotografo Tom Alves, Mario Nery que é represente do site trekkingbrasil.com.br além do pessoal da deuter e o escalador Hillo Santana – escalador do Deuter Team Brasil “esse cara é foda”

Antes da partida recebemos um presentinho da deuter um kit contendo um saco estanque da Sea to Summit, um par de meias da Lorpen, um X-Mug da Sea to Summit e algumas guloseimas para ir beliscando no meio do caminho. Além disso ganhamos uma blusa da Expedição.

Saímos no horário previsto, mas pegamos muito trânsito na subida da Serra para Petrópolis por causa de um caminhão que subia devagar, só chegamos na Portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso)por volta das 11h. Chegando lá fomos recepcionados pelo guia da Expedição e por mais algumas pessoas que nos acompanhariam e fariam parte da logística do evento. Fizemos o check in na portaria do Parque e logo depois tivemos um pequeno papo com nosso guia Ivo Junior que foi fantástico. Além de nos ajudar nas trilhas pude aprender muitas dicas para tornar a trilha mais fácil.

DIA 01 – Da Portaria de Petrópolis (Bonfim) ao Morro do Açú – 12/09 – sexta
Destaques: Vista do mirante do Graças a Deus, após a Isabeloca.
Distância: cerca de 7 ou 8 km, uma média de 6 horas de caminhada.
Nível: Subida pesada, quente e com trechos bem expostos ao sol.
Dica: Leve água, já que o ponto de abastecimento é no Ajax e até lá tem muito chão e muito calor se o sol estiver forte. Não esqueça o protetor solar e um boné!

Depois de toda recepção e agradinhos era hora de pôr a minha Deuter nas costas e ver na prática como ela ia se comportar. Hoje os pontos principais era Pedra do Queijo, Ajax, a subida da Isabeloca, o mirante do Graças a Deus e as lages de pedra (chapadão) até o Açu – ponto do nosso primeiro acampamento.


* Primeira foto da galera - Inicio da trilha (Foto Tom Alves)

Eu já tinha lido que o primeiro dia era o mais punk pois é só subia subida subida subida e mais subida subida. E realmente é assim mesmo. A pior parte da subida foi o trecho da portaria até a Pedra do Queijo, esta parte é quente demais e não tem tanto vento para aliviar a situação como temos na Isabeloca. De início a subida não tem muita coisa para se ver e a trilha é um pouco chata mas depois de algumas horas a trilha fica bem show. Como o grupo era grande nós tivemos uma pequena divisão onde cada um pode ir andando no seu ritmo porém sempre acompanhado de um guia. Eu consegui manter um ritimo legal pois a mochila realmente é FODAAA e quase eu não sentia ela.


Fizemos uma parada rápida entre a Pedra do Queijo e o Ajax para um papo e repor as energias.Durante a trilha eu fazia uma parada de 1min a cada 15min andando. Nesse momento eu anda estava usando meu cajado de madeira hhehe Depois o Guia jogou fora e me emprestou um bastão de trekking show. Foi minha priveira vez usando bastão e isso ajuda muito. Um detalhe é questão da mão inchada, se você não usa suas mãos sempre estão baixas e com isso fica inchada. Com o bastão isso não ocorre.


Paramos mais a frente no Ajax – ponto de abastecimento de água – comemos alguma coisa, bebemos bastante água, enchemos as garrafas e Streamers e começamos a tão falada subida da Isabeloca. Dizem que a Isabeloca tem este nome por causa da Princesa Isabel que gostava de passear por ali no lombo das mulas

*Willian Faé (Foto Tom Alves)

Chegamos no final da Isabeloca e o sol já começava a sair de cena. Por volta das 17h estávamos no Mirante do Graças a Deus, no começo do trecho que chamamos de “Chapadão”, local onde ficam as lages de pedra, dali até o Açú ainda teríamos mais alguns bons minutos de caminhada e mais algumas subidas. Paramos um pouco nesse ponto onde o Tom Alves parou para fazer umas fotos bem legais com a Nayara e minha mochila. Acompanhei as fotos e logo voltamos a trilha.

(Foto Mario Nery)
(Foto Tom Alves)

Nesse momento eu corpo já estava conformado com tanta subida. Realmente até esse ponto tinha subido bem puxado e o sol estava castigando. Não economizei na água e sempre estive muito bem hidratado e sempre estava comendo uma barra de cereal.


Chegamos no acampamento quase 18:00 e para nosso conforto o pessoal já foi na frente montando as barracas e levando a comida para o jantar. Isso foi um LUXO pois só nisso economizamos uns 3 a 4 kilos na mochila. Eu cheguei no acampamento e fui direto para o refugio encarar a fila do banheiro. Lá tem água quente e banho de 5min. Água quente mesmo. Esperei cerca de 1:30 para tomar banho. La também tem estrutura para dormir e barracas para alugar, porem tem que ser reservado por internet antes. Cama é 40 pila, espaço pra colocar o isolante e saco de dormir 20,00 e a barraca não lembro. Todos tem direito a banho. Quem pegar quarto pode usar a cozinha.

(Foto Tom Alves)

Depois do banho tivemos um jantar feito pelo Topot, que incluía sopa e capeletti, com direito a chocolate de sobremesa e um chá. Hora de ir pra dentro do saco de dormir e encarar a noite fria da Serra dos Órgãos. O dia seguinte começava cedo, junto com o nascer do sol.


(Foto Tom Alves)


(Foto Tom Alves)

DIA 02 – Do Morro do Açú até o Abrigo 4 – 13/09 – sábado
Destaques: Visual do segundo dia é o mais bonito de toda a Travessia.
Distância: cerca de 9km, mais ou menos 7 horas de caminhada.
Nível: Pesado com trechos de escalaminhada que exigem atenção e alguma experiência.
Dica: Amarre bem os cadarços das suas botas para evitar que os dedos fiquem batendo contra a parte da frente do calçado durante as inúmeras descidas. Este é o dia onde as pessoas se perdem com muita facilidade na travessia, alguns pontos onde a trilha muda não são notados facilmente. Eu mesmo teve um ponto que me desviei da trilha e aguardei o pessoal chegar para ter certeza para onde eu deveria ir. Outro problema sério para orientação pode ser a presença de neblina, coisa comum na Travessia. Você ficará exposto ao sol quase o tempo inteiro, então não descuide da hidratação, proteção para cabeça e do filtro solar.

A Noite foi bem fria no acampamento, mas eu estava bem equipado e foi tranquilo dormir. Como estava muito cansado não tive dificuldades em dormir. Acordamos por volta das 5:00 fomos em direção a frente do abrigo do Açu para ver o nascer do sol e foi simplesmente perfeito.



(Foto Mario Nery

Logo depois do nascer do sol o pessoal preparou um café da manhã bem reforçado pois como no dia anterior não tivemos almoço. A Rota do segundo dia é a mais top da travessia. Ela tem muita subida, descida e alguns pontos bem perigosos porém o cenário é perfeito. Como um plus nossa rota incluiria passar pelo Portais de Hércules que é uma vista privilegiada de algumas montanhas que não são vistas normalmente durante a travessia, como a famosa “Agulha do Diado”e “Dedo de Deus”.

Eu achei o segundo dia bem melhor e também já estava em um ritimo bem legal de caminhada.


Os pontos clássicos deste dia são: Morro do Marco, Portais de Hércules (desvio da trilha normal da Travessia), Vale da Luva (ponto de água), Morro da Luva (pior subida do dia), Cachoeirinha (base do Elevador – ponto de água), Elevador (escada de grampos de aço fixados na pedra que exigem atenção e calma), Vale das Antas (ponto de água), Pedra da Baleia, Mergulho (Grota ou Vale da Morte),Cavalinho e finalmente o Abrigo 4 aos pés da Pedra do Sino

O Segundo dia é bem mais técnico e exigiu bem mais atenção.
Saímos do acampamento e fomos em direção ao portais de Hércules, o que ajudou foi que na metade do caminho onde se inicia a descida para os portais, ficou um pessoal esperando e ai pudemos deixar nossas mochilas e descer bem mais leve. Levamos cerca de 1h até os portais. A Descida é bem susse e o lugar é o mais top de toda a travessia. Ficamos cerca de 30min olhando para aquele lugar e batendo diversas fotos. Pra ajudar tem também ponto para agua que fica na metade do caminho.
A Volta foi até o ponto que o pessoal ficou esperando foi bem tranquila também. Vale a pena com certeza incluir os portais no seu roteiro.


(Foto Mario Nery)

(Foto Mario Nery)

No segundo dia todo o pessoal já estava bem mais acostumado com o ritimo então a trilha rendeu mais mesmo sendo bem mais longa.
Durante a trilha escutei o pessoal comentar de alguns pontos famosos, porém como eu não tinha pesquisado antes eu não imaginava o que seria. Mas escutei frequentemente um tal de “Elevador, Cavalinho, Descida do Mergulho”.
Depois de algum tempo de caminhada chegamos em um ponto onde poderíamos ver o sino e para mim foi um dos lugares mais bonitos da travessia.


(Foto Tom Alves)

Logo depois de um bom descanso e do reabastecimento das reservas de água no Rio Soberbo nós seguimos em direção a Pedra da Baleia. Neste ponto o Kiko que vinha fechando a fila passou a frente para ajudar o Ivo Junior na fixação da corda de apoio para descida do Mergulho (uma grota logo antes do Cavalinho, que é chamado de vale da morte) .

Mais alguns minutos de caminhada com a parede do Sino na nossa direita e chegamos ao ponto onde descemos o vale para subirmos em direção ao famoso “Cavalinho”. Neste trecho da descida a corda já estava fixa e parte do grupo já havia passado. A logística de passagem foi perfeita. As mochilas foram passadas de mão em mão e colocadas logo abaixo da grota e as pessoas iam descendo pela corda, pegando suas mochilas e subindo em direção ao Cavalinho.
Esse ponto se tornou fácil devido a estrutura de corda e apoio do pessoal porem sem isso o negócio é bem perigoso. Não tenho fotos desse local pois tive que colocar tudo na mochila para poder descer.

Depois de alguns minutos chegamos no chamado cavalinho. O negocio é bem punk mesmo é uma subida cheio de pedras e uma rocha atravessada simulando um cavalo. Não sei como seria passar aquilo com mochila pois mesmo sem mochila e com ajuda já foi um pouco difícil. Achei muito perigoso pois ali se cair já era. Mas o pessoal da Deuter preparou outra logística perfeita, passando todas as mochilas e depois colocando uma corda para servir de apoio. O Kiko também ficou na ponta para ajudar o pessoal a subir.




Depois disso tudo ficou mais tranquilo. Estávamos bem pertinho do acampamento

Após a passagem pelo Cavalinho alguns optaram por subir o Sino para aproveitar o por do sol e outros – como eu – foram direto para o acampamento junto ao Abrigo 4. As barracas estavam montadas e o espaço para nossa cozinha já estava pronto. O Topot começou a preparar a janta dos participantes enquanto alguns já se “inscreviam” na fila do banho, que estava maior que a do dia anterior. No meu caso desisti do banho pois tinha muitaaaaaa gente na frente.

O sol sumiu de vez e as pessoas que estavam no alto da Pedra do Sino começaram a descer. O papo rendeu ao redor da “cozinha” – enquanto a sopa e o arroz com nozes, queijo e grão de bico estavam nos pratos o silêncio imperava, mas antes ou depois as conversas iam da música e causos da montanha até as viagens, trilhas e equipamentos – com não poderia deixar de ser, é claro.



DIA 03 – Do Abrigo 4 até Teresópolis – 14/09 – domingo
Destaques: Morro da Cruz (desvio da trilha que permite uma ótima visão da Agulha do Diabo), vista de Teresópolis do meio da descida e a cachoeira do Véu da Noiva.
Distância: 11km mais ou menos.
Nível: leve, todo o caminho é descendo, porém os desníveis incomodam para quem tem algum problema nos joelhos ou nas pernas.
Dica: Aproveite a parada no gramadão (espaço do antigo Abrigo 3) e pegue uma trilha curta (no fundo a direita) que lhe leva a um mirante com vista para Teresópolis.

Acordamos bem cedinho com o sol alaranjando o horizonte, algumas pessoas optaram por ficar nas barracas, já outros levantaram e encararam o vento frio e forte da Serra dos Órgãos enquanto assistíamos a mais um espetáculo do sol nesta alvorada de domingo. Escolhemos ver ao nascer do sol na Pedra da Baleia, uma lage de pedra grande que fica logo atrás do chalé do Abrigo 4, para chegar lá basta seguir a única trilha que parte de trás do Abrigo.



A ideia para o dia de hoje era descer pela Travessia da Neblina, porém o grupo optou por uma descida pela trilha normal de 11 KM, isso nos economizaria tempo, Kms andados e energias – já que a descida pela Neblina iria aumentar o caminho e o desgaste nas pessoas.

Os 11 km de descida são tranquilos e você encontra mais pontos de água pelo caminho, uns 2 ou 3 se não me engano. A descida pede atenção por causa dos inúmeros desníveis e também pelo trecho final que tem um calçamento antigo com várias pedras desniveladas e com limo. Ao longo deste trecho os bastões de caminhada ajudam bastante e salvam os seus joelhos.

Nesse terceiro dia a trilha é bem sem graça, uma porque ficamos mau acostumados pelo segundo dia que é incrível, a outra porque é apenas descida e muita mata fechada.

Tivemos um ponto perto de um antigo abrigo que se desvia a trilha um pouco e podemos ver teresopolis.


Na chegada à Barragem, ponto final de quem faz a Travessia até Teresópolis, encontramos a nossa van, nosso guia, os participantes, carregadores (Diego e Juca) e o carro de apoio da Expedição com o Pedro. Frutas, Gatorade gelado e um sorriso no rosto dos participantes – pela sensação de missão cumprida e também por poderem tirar as botas e mochilas cargueiras, rsrsrsrsrs!



Em resumo…
Foi um privilégio ter participado da primeira edição da Expedição deuter e tive sorte duas vezes que foi ganhar esse sorteio e ter uma galera sensacional como companheiros nesses três dias. Tudo foi perfeito ( Local, Organização, Comida, Estrutura, Guia)


Nessa expedição pude aprender muita coisa relacionado a trilha, equipamentos e fotografia e isso para mim foi o melhor de tudo.

Onde: Parque Nacional da Serra dos Órgãos (ingressos e informações aqui)
Duração da trip: 3 dias, mas pode ser feita em 2 ou até em 1 dia.
Melhor época do ano: Entre maio e setembro, período que chove menos.
Classificação: Travessia Pesada.
Destaques: Paisagens do segundo dia de caminhada, nascer e por do sol no Açu e na Pedra do Sino.
Indicado para: Pessoas com bom condicionamento físico e que possuam os equipamentos necessários para uma caminhada deste porte, incluindo os itens camping e vestuário de frio.


Willian Faé